quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Férias
tirei férias do blog por alguns dias... Agora estou numa fase de viver e não de escrever. Uma licença literária, afinal o descanso faz parte do movimento. Volto ano que vem com mais novidades!
Um beijo com carinho a todos!
Saudades sempre,
deb
sábado, 21 de novembro de 2009
London Jazz Festival
Postei aquí embaixo um filmizinho que fiz da Trinity Orchestra:
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Choque cultural & homesickness
Nem tudo são flores... apesar dos posts super legais, morar em outro lugar tem seus espinhos. A sensação que tenho é que estou constantemente numa sala de espelhos e cada mínima atitude reflete quem eu sou. Aqui, vive-se experiências mais densas que colocam à prova a personalidade,a identidade, os objetivos, as escolhas. Quando me distanciei da rotina, dos amigos, da família, das paisagens habituais me vi fora da minha zona de conforto e comecei a introjetar o processo de mudança. Os dias de TPM e meu lado romântico só aumentaram meu sofrer.
Choque cultural é mais que sentir a diferença de fuso horário e saudade de casa (homesickness). Apesar de nem todo mundo passar pelas mesmas experiências, muitos especialistas no assunto concordam que existem 5 fases no processo de choque cultural, que formam um gráfico em U. E dependendo da situação pode haver mais de um ciclo!
Na primeira fase estamos empolgados com as novidades; até o clima diferente provoca sensações excitantes nunca sentidas. Algumas dificuldades como usar o telefone ou o transporte público (vide post Primeiros Passos)são superadas e você quer experimentar novas comidas e fazer contatos com pessoas. Em seguida, o desconhecimento dos códigos sociais te impedem de comunicar o quanto você deseja. Surge o sentimento de frustração e você se sente um idiota. Na terceira fase, você não tem mais impressões positivas da cultura que está inserido e acha que foi um erro ter feito esta viagem. VOcê se sente isolado e sua carência se reflete na necessidade de comer a comida de seu país. A quarta etapa se caracteriza pela rejeição da nova cultura e pela adoção de uma postura crítica e suspeita sobre tudo: as pessoas são chatas, o landlord está te passando pra trás, seu professor não gosta de você, a comida te faz mal, insônia, letargia, dores de cabeça e de estômago. Finalmente e ansiosamente chega-se ao último estágio. Agora já se domina a língua, já se conhece os costumes e o cotidiano,sua auto-confiança se desenvolveu. Você entende que não pode mudar o ambiente, deve aceitá-lo. As pessoas e as coisas deixam de ser erradas e se tornam apenas diferentes. Você também está diferente agora, provavelmente uma pessoa mais forte.
Weather
Ninguém sai de casa sem pesquisar o trajeto que vai fazer e a previsão do tempo. O http://uk.weather.com/ já está nos meus Favoritos. Como já é sabido, o clima de Londres não é dos melhores: vento frio, chuva, céu nublado. A chuva até que não molha muito porque os pingos são grandes e esparsos, mas incomoda. Os ventos, além de aumentarem a sensação de frio, destroem qualquer sombrinha que custe menos que 7 pounds. O céu nublado a gente gosta; nos faz lembrar que estamos aqui, em Londres!!!
Visto uma indumentária todos os dias. Além de calça jeans, bota e blusas de malha meus acessórios básicos são:
- meia-calça fio 80 ou de lã
- casaco de lã estilo trenchcoat
- luvas de couro
- chapéu/gorro
- cachecol
- sombrinha
- protetor labial
Aqui a gente vive experimentando choques térmicos. Do lado de fora aquele friozinho, do lado de dentro abafado. Quando chegamos em algum lugar fechado (casa, faculdade, bar, loja, supermercado) temos que tirar alguns ou todos os acessórios porque o aquecedor faz a gente suar. Estes choques térmicos provocam às vezes mal-estar e náuseas. Os ônibus/metrôs/trens são bem quentinhos, mas não são muito ventilados. Aprendi que é melhor ficar no fundão do ônibus para não correr o risco de sentar próximo a um velhinho fedorento. Sim, algumas pessoas aqui exalam um odor peculiar: uma mistura de roupa molhada e suja com suor. Os pums das pessoas são mais perceptíveis, já que o ar não circula nos lugares fechados. Tem dia que fico de saco cheio de pegar transporte público por causa destas coisas.
Eu cheguei no outono, quando ainda havia dias de sol, algumas árvores com folhas, pouca chuva. Agora é enfrentar o inverno que nem começou direito. Os dias estão bem curtos, com luz solar das 7:00 AM as 4:30 PM. O clima só vai começar a melhorar em abril. Aí é hora de ir para os parques! Não vejo a hora de tomar sol de biquini no Hampstead Heath! Mas isso já é assunto para outro post que ficará pronto só daqui a uns 5 meses...
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Baladas !!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Trabalho da facul
O ensaio escrito sobre este trabalho encontra-se no endereço: https://sites.google.com/site/pesquisaemletras/
Big City Sleep
estou participando de uma campanha de caridade para crianças de rua do Brasil. Quem quiser contribuir ou saber um pouquinho mais do jeitinho britânico de ajudar visite o site abaixo:
http://www.justgiving.com/Debora-Salomao0
Obrigada!
deb
Bristish Culture: The Poppy Appeal
A estória é a seguinte:
Na décima primeira hora do primeiro dia do décimo primeiro mês de 1918, a Primeira Guerra Mundial terminou. A população civil queria lembrar as pessoas que tinham dado suas vidas em prol da paz e da liberdade. Um secretário de guerra americano, Moina Michael, inspirado pelo poema de John McCrae, começou a vender papoula aos amigos para arrecadar dinheiro para a comunidade de ex-combatentes. E assim a tradição começou.
Em 1922, o major George Howson, um jovem oficial de infantaria, formou a Disabled Society para ajudar os ex combatentes da Primeira Guerra Mundial. Howson sugeriu que os membros da Disabled Society produzissem papoulas e a Poppy Factory foi fundada. A papoula original, desenhada especialmente para que os trabalhadores tivessem facilidade em montá-la, permanece a mesma até hoje.
Novembro mal deu as caras e já se vê garotos, rapazes e senhores usando a Poppy no lado esquerdo do peito. Muito legal!
In Flanders' fields the poppies blow
Take up our quarrel with the foe;
Isto marca nosso lugar: e no céu
As cotovias, ainda voam e cantam bravamente,
mas não são ouvidas entre as armas abaixo.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Trampo
Go shopping
Nas inúmeras lojinhas Off-license (tipo lojas de conveniencia geralmente de propriedade de indianos, afegãos ou polonoses) pode-se comprar cigarros, vinhos, chocolates, sanduíches, adaptador de tomada e o mehor de tudo: recarregar o Oyster - cartão semanal de transporte.
No supermercado - onde tudo é bem mais barato, inclusive mais barato que o Brasil (o cream cheese custa 1 pound!) - pode-se optar pelas tradicionais filas do caixa ou pelas máquinas de self check-out, nas quais o próprio cliente passa o código de barras das mercadorias no leitor óptico, embala, paga com cartão ou dinheiro e assina na tela com uma caneta magnética. Fazer as compras da semana é uma experiência democrática, pois sempre existe um produto que cabe no seu bolso. Quer geléia de morango? Existe uma bem barata, uma mais ou menos e uma cara. Ahh e se você não levar sua bolsa ecológica ou carrinho de compras você paga pelas sacolas plásticas.
O conceito de loja mais interessante é o das lojas Argos. Você entra e vai para um balcão de catálogos com milhares de produtos. Após fazer sua escolha, você digita o código do produto em um aparelho para ver se há items disponíveis. Se sim, você anota o código, vai ao caixa e paga. O terceiro passo é ir ao balcão de atendimento e pegar o que você comprou. Em menos de cinco minutos você pode sair de lá com uma mesa, um colchao inflável ou como eu com um depilador de bateria recarregável. Me senti percorrendo um daqueles fluxogramas das remotas aulas de Organizações e Métodos. Aqui funciona muito bem!
Os ingleses não têm a cultura de Shopping e nem são tão consumistas como os colonizados estadunidenses e seus "discípulos". Fui apenas a um Shopping que tinha lojas famosoas como a Mac, a Burberry, Calvin Klein, Lacost, Luis Vuitton, Mango, Mont Blanc, Tiffany, Swaroviski. Ruas de comércio são mais comuns. A Oxford St. é a mais turística. Mas há também a High Street Kensington e a Victoria Road. A Primark é, como diz o amigo Hudson, o paraíso dos "pobres". A TopShop, o ícone fashion. A Harrods, um luxo só. A T.Q.Max, um lugar de coisas legais pra ir em época de promoção. A House of Fraser, uma loja para olhar as roupas lindas e sentar na cadeira que faz massagem. A BodyShop, um cantinho cheiroso de cremes e produtos de banho. A Boots, a inspiração da Araújo - uma fármacia que vende até remédio. Há também os mercados! Comida, roupas, gravuras, quadros, bolsas, bijous, relógios... É só escolher; eu já fui no Camden Town, Portobelo Market, Notting Hill Market, Borough Market.
As papelarias dão descontos para estudantes e na compra de alguns produtos você leva outro grátis. Os fast-foods são bem baratos; um cheeseburger do McDonalds é 0,99 pounds. A HMV vende dvs e cds a partir de 3 pounds - deve ser por isso que não há locadoras de filmes aqui.
Os produtos, as lojas, o atendimento mostram muito da cultura inglesa : tudo prático, democrático, eficiente. Sem choro nem vela.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
A Faculdade
O pessoal da recepção sempre dá a informação precisa, seja em qualquer campus que estiver. Isto eu achei impressionante! Se você estuda no Strand Campus, mas tem uma lecture no Guy’s Campus é só perguntar que a recepcionista informa a sala, o horário, o professor! Parecia que ela tava me esperando!
A primeira semana foi meio confusa... não apenas nós brasileiros fomos agraciados com a desordem. Meu tutor não sabia quais disciplinas eu devia fazer, quantos créditos tinha que completar, se podia me inscrever em cursos de outro departamento. Na verdade acho isso bem típico do mundo acadêmico. Tudo mais calmo, os erros podem ser revisados e tudo acaba bem. Bem diferente do mundo dos negócios.
Neste semestre estou fazendo duas disciplinas de Litertura/História Portuguesa, uma do departamento de Lingüística e vários cursos isolados de língua inglesa. Estou adorando! Cada vez mais me identifico com a área da Lingüística Aplicada. Acho que vou me especializar nisso.
Lingüística Aplicada: “uma área de estudos que busca a integração da linguagem, seu aprendizado, processos sociocognitivos e um foco no sujeito/agente dos processos lingüísticos. (...) A grande virada da teoria lingüística não ocorreu de fato, como afirmado por muitos, ao final da década de 50, com o advento da Teoria Gerativa. As mudanças cruciais, a meu ver, têm-se desenvolvido com a busca de interfaces entre os estudos da linguagem, da cognição e da cultura”. (Mello, 2004. p55)
Fonte: http://www.voy.com/192107/4/3.html
sábado, 3 de outubro de 2009
“I will buy the flowers myself”
Uma das mais importantes escritoras britânicas. Realizou uma série de obras notáveis, as quais lhe valeram o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Trintona!
É uma idade em que se está nova, mas não tão nova; se está madura, mas não tão madura. Assim parece-me a idade ideal, o equilíbrio onde experiência e juventude estão bem dosadas. Sempre tive síndrome de velhice. Aos 21 pensava: nossa estou tão velha, já deveria ter feito tanta coisa! E hoje vejo que naquela idade eu já fazia muita coisa, mas não conseguia enxergar isso porque o desejo infantil de querer tudo a toda hora me impedia. Tive a impressão que os últimos cinco anos passaram zunando... talvez pelas grandes mudanças que proporcionei a minha vida. Sinto que continuo bonita, animada, aventureira, mas agora bem mais esperta.
Duas de suas famosas obras são A Comédia Humana (retrato da vida burguesa da França do seculo XIX) e A Mulher de 30 Anos (obra fraca em termos de desenvolvimento narrativo, com personagens frágeis e personalidades contraditórias). Foi em A Mulher de 30 Anos, que pela primeira vez a mulher madura teve destaque na literatura. O autor valorizava sua beleza, experiências, pensamentos, desejos, angústias, reivindicava o direito dela ser feliz, e discutia as mazelas de um casamento fracassado, no qual a mulher estava destinada a carregar a cruz das suas obrigações sociais e legais, a ser prisioneira de seus deveres.
* As mulheres, como as crianças, acham que tudo lhes é devido.
*As moças com freqüência criam imagens nobres, deslumbrantes,figuras totalmente ideais,e forjam idéias quiméricas acerca dos homens, dos sentimentos, do mundo; depois atribuem inocentemente a um caráter as perfeições que sonharam, e entregam-se a isso, amam no homem que escolheram essa criatura imaginária; porém, mais tarde, quando não há mais tempo de livrar-se do infortúnio, a enganadora aparência que embelezaram, seu primeiro ídolo, transforma-se enfim num esqueleto odioso.
*Considero a família e não o indivíduo como o verdadeiro elemento social (arriscando-me a ser julgado como espírito retrógrado).
*A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.
*Terrível condição do homem! Não há uma das suas felicidades que não provenha de uma ignorância qualquer.
Nota: a foto eu tirei daqui: http://interpretacoes.wordpress.com/
Moradia Estudantil
Os primeiros passos
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
There is no home
Estar com um pé lá e outro cá. Realmente não é possível estar em dois lugares ao mesmo tempo. Inclusive não é recomendado. Distanciar é preciso! Crescer dói... mas não dói apenas. Nos aproxima um pouco mais da completude da vida.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Tipo assim...
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Stages - Etapas
Assim como toda flor murcha e toda juventude
Departs, so life at every stage,
Acaba, assim como cada etapa da vida,
So every virtue, so our grasp of truth,
Assim como qualquer virtude, assim como nosso anseio pela verdade,
Blooms in its day and may not last forever.
Floresce a seu próprio tempo e não dura para sempre
Since life may summon us at every age
Já que é provável que a vida nos convoque a cada idade
Be ready, heart, for parting, new endeavor,
Esteja pronto, coração, para partir, novo esforço,
Be ready bravely and without remorse
Esteja pronto bravamente e sem remorso
To find new light that old ties cannot give.
Para achar nova luz que velhas amarras não podem dar.
In all beginnings dwells a magic force
Em todo começo há uma força mágica
For guarding us and helping us to live.
Que nos protege e nos ajuda a viver.
Serenely let us move to distant places
Serenamente nos permite mover para lugares distantes
And let no sentiments of home detain us.
E não deixa que nenhum sentimento nostálgico nos detenha.
The Cosmic Spirit seeks not to restrain us
O Espírito Universal não quer nos atar
But lifts us stage by stage to wider spaces.
Mas nos erguer etapa por etapa a espaços mais amplos.
If we accept a home of our own making,
Se acomodarmos em lugares construídos só por nós,
Familiar habit makes for indolence.
Os hábitos familiares nos levarão à indolência.
We must prepare for parting and leave-taking
Devemos estar prontos para para partir e nos despedir
Or else remain the slaves of permanence.
Ou então seremos escravos da permanência.
Even the hour of our death may send
Até mesmo o momento da nossa morte deverá nos enviar
Us speeding on to fresh and newer spaces,
Rapidamente para espaços novos e frescos,
And life may summon us to newer races.
E a vida deverá nos convocar para novas provas.
So be it, heart: bid farewell without end.
Então seja assim, coração: despeça-se eternamente.
Hermann Hesse (*1877 - +1962)
Escritor alemão, de família muito religiosa, filho de pais que tinham pregado o cristianismo na Índia. Tendo recusado a religião ainda adolescente, rompeu com a família e emigrou para a Suíça, trabalhando como livreiro e operário. Em 1946 ganhou o Prêmio Goethe e o Prêmio Nobel de Literatura.
Lá, eu não sei aonde...
Não me sobreavisem estridentemente!
Quero gozar o repouso da gare da alma que tenho
Antes de ver avançar para mim a chegada de ferro
Do comboio definitivo
Antes de sentir a partida verdadeira nas goelas do estômago,
Antes de por no estribo um pé
Que nunca aprendeu a não ter emoção sempre que teve que partir.
Quero, neste momento, fumando apeadeiro de hoje,
Estar ainda um bocado agarrado à velha vida.
Vida inútil, que era melhor deixar, que é uma cela?
Que importa? Todo o Universo é uma cela, e o estar preso não tem que ver com o tamanho da cela.
Sabe-se a náusea próxima o cigarro. O comboio já partiu da outra estação...
Adeus, adeus, adeus, toda a gente que não veio desperdir-se de mim,
Minha família abstrata e impossível...
Adeus dia de hoje, adeus apeadeiro de hoje, adeus vida, adeus vida!
Ficar como um volume rotulado esquecido,
Ao canto do resguardo de passageiros do outro lado da linha.
Ser encontrado pelo guarda casual depois da partida -
"E esta? Então não houve um tipo que deixou isto aqui? -
Ficar só a pensar em partir,
Ficar e ter razão,
Ficar e morrer menos...
Vou para o futuro como para um exame difícil.
Se o comboio nunca chegasse e Deus tivesse pena de mim?
Já me vejo na estação até aqui simples metáfora
Sou uma pessoa perfeitamente apresentável.
Vê-se - dizem - que tenho vivido no estrangeiro.
Os meus modos são de homem educado, evidentemente.
Pego na mala, rejeitando o moço, como a um vício vil.
E a mão com que pego na mala tre-me e a ela.
Partir!
Nunca voltarei,
Nunca voltarei porque nunca se volta.
O lugar a que se volta é sempre outro,
A gare a que se volta é outra.
Já não está a mesma gente, nem a mesma luz, nem a mesma filosofia.
Partir! Meu Deus, partir! Tenho medo de partir!...
Álvaro de Campos (* 1890 - + ?)
É um dos heterônimos mais conhecidos de Fernando Pessoa, o qual declarou que Campos :
«Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade.»
Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Pessoa disse também em relação a este heterónimo que :
<
Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo de sua obra. Houve três fases distintas na sua obra: decadentista (influenciado pelo Simbolismo), futurista ( versilibrista, jactante, e com uma linguagem eufórica onde abundam as onomatopeias, uma série de poemas de exaltação do Mundo moderno, do progresso técnico e científico, da evolução e industrialização da Humanidade) e niilista (desilusão com o Mundo em que vive, a tristeza, o cansaço).
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Poesia para os ouvidos, música para o coração
Paciência
Mesmo quando tudo pede
Enquanto o tempo
Enquanto todo mundo
O mundo vai girando
Será que é tempo
Mesmo quando tudo pede
Será que é tempo
Mesmo quando tudo pede
A vida não pára...
domingo, 24 de maio de 2009
Conselho aos Janjãos...
Teoria do Medalhão, Machado de Assis.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Teoria e prática
Mas nada como a prática para mostrar o real funcionamento das coisas.
Há que se viver para entender. Para entender o mundo das idéias e para entender o mundo aqui de baixo.
Um mundo não vive sem o outro, apesar de não raro se contradizerem. Nada tem a ver com nada, logo tudo tem a ver com tudo.
- Complexo?
- ahn... quase não entendi...
- tá vendo! tem que praticar, que se jogar, que dar a cara a tapas, que tentar, que dar ouvidos a si mesmo. Só assim a teoria de qualquer coisa faz algum sentido.
domingo, 26 de abril de 2009
Somos
Queremos tantas coisas.
Somos medrosas porque é difícil enfretar o novo.
E o novo precisa acontecer.
Somos cuidadosas porque nos faz bem.
O cuidado assusta.
Somos falantes porque pensamos muito, em tudo.
Pensar cansa.
Queremos, tememos, cuidamos e pensamos. Assim vivemos, trabalhamos, amamos.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Platonismo...
Ruim ficar longe e sem querer
Ruim ficar perto na expectativa
Ruim ficar longe e ter saudade
Bom mesmo é pensar em ti
Bom mesmo é fazer com que os minutos durem até quando o sonho deixar
Às vezes não
Às vezes faz calor e isso faz lembrar. As fotos nos olham, nos confirmam ou nos mentem.
Às vezes dá uma vontade que se sente até no cochilar.
Às vezes nem precisa de coberta por que a gente não sente medo de existir.
Às vezes, só às vezes...
Às vezes não vale a pena e é melhor parar por aqui.
Epifanias
Querencia
querer sempre mais.
Dizem que querer é poder
e que desistir jamais.
Só sei que é tanta a vontade
que o coração invade.
Pra mim, querer
não é senão viver.
terça-feira, 24 de março de 2009
Porque de uma forma ou de outra escolhemos
The Road Not Taken
A estrada não escolhida
TWO roads diverged in a yellow wood,
Duas estradas se bifurcavam próximo a um bosque amarelo
And sorry I could not travel both
E infelizmente eu não podia viajar pelas duas
And be one traveler, long I stood
Já que eu era apenas um, permaneci lá longamente
And looked down one as far as I could
E estiquei a vista para uma o máximo que pude
To where it bent in the undergrowth;
Até onde ela se inclinava para baixo da linha do horizonte
Then took the other, as just as fair,
Então peguei a outra, como deveria ser justo,
And having perhaps the better claim,
E tive talvez o melhor pedido,
Because it was grassy and wanted wear;
Porque era gramada e queria ser útil;
Though as for that the passing there
Apesar de que em relação a isso os passos
Had worn them really about the same,
As tinham desgastado praticamente o mesmo tanto,
And both that morning equally lay
E as duas se ofereciam igualmente naquela manhã
In leaves no step had trodden black.
Em folhas que nenhum passo tinha tingido de preto
Oh, I kept the first for another day!
Oh, eu guardei o primeiro para outro dia!
Yet knowing how way leads on to way,
Mesmo sabendo que caminhos levam a caminhos,
I doubted if I should ever come back.
Duvidava se deveria algum dia voltar.
I shall be telling this with a sigh
Eu devo contar isto com um suspiro
Somewhere ages and ages hence:
Em algum lugar, tempos e tempos mais tarde:
Two roads diverged in a wood, and I—
Duas estradas se bifurcavam próximo a um bosque, e eu -
I took the one less traveled by,
Eu escolhi aquela menos viajada
And that has made all the difference.
E isto tem feito toda a diferença.
Robert Frost
*1874 +1963
poeta norte americano. literatura século XX. alguns conhecidos: erza pound, william butler yeats. coleção: prêmios Pulitzer.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Flores nunca saem de moda
Errante
"A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo."
Fernando Pessoa
"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."
Fernando Pessoa
"Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida."
Fernando Pessoa
"Viver não é necessário. Necessário é criar."
Fernando Pessoa
Dolores
- Eu tô sempre aqui...
- Uai, pensei que tinha ido já, tá tão indolor!
- Aproveita entao! Tô aqui só pra te lembrar que não vale a pena voltar atrás!
segunda-feira, 2 de março de 2009
Lógica no amor
C.D.Andrade
Gramática da vida
,,,,,
!!???!?!!???!!!
... ... ...
I I I
o que aconteceu não está acontecendo
nem acontecerá mais.
Como consequência,
porém, entretanto,
felizmente, arduamente,
o ali e o aqui mudam
agora, sempre, nunca.
Talvez, se
a rúbrica fosse legível
não se saberia a diferença entre
o vivido e o apreendido.
.
Sugestão de interpretação:
Travessão para o grito de um rebento. As vírgulas demonstram que o começo é pausado. Aí vem as exclamações, perguntas, reticências. Alguns pingos esquecidos nos is mostram que o pretérito não se conjuga no presente nem no futuro. Mas ele de alguma forma existirá. Conjunções adversativas para crescer, advérbios de modo para sentir e os de lugar abrem as portas do mundo. Os advérbios de tempo indicam que o relógio bate diferente para cada um. O sucesso pode vir com os advérbios de possibilidade. A caligrafia vai se deformando com o tempo e às vezes só quem escreveu consegue ler. O léxico se torna vasto o bastante. É hora do ponto final.
Estréia!
Geralmente gosto de mensagens curtas, que foram relidas/reescritas diversas vezes. Gosto das metáforas, da metalinguagem, hipertextos, silogismos, neologismos, intertextualidade, intermídas. Acredito que soluçõe são óbvias e simples; adoro quando a ficha cai e consigo compreendê-las. Procuro aprender com todas as coisas e pessoas do meu cotidiano. Aprendo pela persistência, pela curiosidade, pela tentativa.
Sejamos, então, bem-vindos!